sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

movimento do desacerto

Ah! se eu pudesse dizer, falar o que cala aqui
minha voz presa na garganta enforcada,
como é triste, ou como estou triste
vivendo esse faz de conta que não sei onde acaba e se acaba
tenho medo dos estragos que ele deixará, que já deixou.

preciso refazer me, encontrar um ponto de retorno,
não sei onde, durmo e acordo no espanto de
como se a vida parasse aqui, como se não houvesse mais possibilidade
de nada, encerrar, vontade de partir,
morrer por ai, e já sinto me morto
não vejo me mais nos olhares e lugares das pessoas
e em seus círculos, sinto me só em meu isolamento,
sem força pra atingir quem quer que seja.

onde foi parar meu brilho, se é que ele existiu.
Vivo num cárcere fingindo felicidade, já não sei mais
o que é minha dor, nem provoca mais o choro em mim.
sinto, e meu sentir é um sentimento profundo, onde o ar
que respiro parece não ser suficiente para sustentar me.

Ah! como queria a mão , aquela mão que afagava me na infância,
que dava me sustentabilidade, que fazia me crer,
no momento nada me faz crer.

Olho pra frente como quem vê o escuro, a nevoa
Como escolhi perigos demais, brinquei acreditando
ter uma saída, superestimei minha capacidade de saber
nada sei, sinto me um idiota,
deixei o tempo passar demais sem ter nada feito.

E agora? O que faço? Para onde corro?
Morro a cada instante aqui dentro.
Será que tem alguem ai? alguém que possa ouvir me,
abrir a porta, tirar me dessa escuridão.

Vou ficar aqui aguardando no meu castelo falso,
de príncipe falso, meu castelo de areia.