quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

talvez

Talvez eu morra um pouco hoje
porque sinto me triste
e insisto, mesmo quando já não ouço
sinais do outro lado

Talvez eu morra um pouco hoje
por sentir-me fraco
pra suportar a tortura de teu silencio

Talvez eu morra um pouco hoje
por ver em teus olhos
a indiferença com que me olhas
por saber-me morto pra ti

Talvez eu morra um pouco hoje
pela ausência de tua gratidão,
pelo que me tornas em tuas palavras

Talvez eu morra um pouco hoje
pelas migalhas que sobram-me
de ti, por esperar-te todas as horas
sem saber-te

Talvez eu morra um pouco hoje
pela tua necessidade de outro ser
por não conseguir ser o unico

Talvez eu morra um pouco hoje
por não conseguir tocar-te

Talvez eu morra um pouco hoje
por amar-te demais e não encontrar-te em
lugar algum

Talvez eu morra um pouco hoje
atropelado pela lentidão das horas
que não se fazem cumprir, enrolando o tempo,
enlouquecendo na espera que o
tic tac cale se inesperadamente

Talvez eu morra um pouco hoje e pra sempre
porque preciso esquecer-te
e ai nada mais fará sentido

Talvez eu morra um pouco hoje
pela loucura que cheguei
no amor, a ponto de não reconhecer-me mais
em mim, e em nenhum lugar