domingo, 17 de maio de 2009

primeiro movimento

As cores gritam os olhos e falam de coisas da alma. O estranho é nada e o simples absurdo, reflexão, olhar além do que aparenta sentindo o gosto do momento. Já não importa se faz firo. Aqui dentro parece outono, mas as folhas não caíram. A imagem traduz um pouco do que vejo, a cor intensa e totalmente sem foco, só para esquecer ou lembrar o que está por trás.

Quero viver a vida cravando os dentes sem medo da mordida, sem medo de nada. Me ponho no centro do furacão e não na tangencia apática do espectador frente a TV, em busca de algo que o faça sentir se vivo. Uma vez aqui, que venha tudo o que puder, assistirei a essa passagem do lado de dentro sendo parte do acontecimento.

Entrei num túnel louco que não sei onde vai dar, nem o que vai ser expelido. Mas pra que saber? Se nada é o que agente pensa e a vida nos faz ver com os olhos dela. Não temos controle de nada e estamos ai perdidos, então deixa jogar, bater na pedra que for, escoar na areia no momento que tiver que ser.

O medo inibi a vivencia do imutável e cega a possibilidade de discernimento. Se é impossível fugir quero ver tudo as claras, a dor na dor, a felicidade na felicidade, perceber todos os sentidos. Corpo e cérebro como maquinas que são, com funções inúmeras e não como uma ameba.

Observar dentro e fora como quem vê e como quem olha, não se faz necessário a busca desenfreada, porque tudo vem ao encontro em seu saber olhar

Quando for o momento, aproxime se devagar para que eu deguste sua imagem lentamente. Pra que minha memória tenha tempo de reconstruir seu ser. E na hora da partida repita o gesto, na mesma lentidão, que sua imagem se fragmente, borrando o quadro até desaparecer completamente.

E assim poder entender o ciclo de cada acontecimento, sem importar-se com sua duração, mas o que o movimento dela causa.
Olhar o mundo como quem olha o vazio com barriga cheia e sem certeza de nada.

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